O governo do Estado de São Paulo levou à justiça uma ação para recuperar cerca de R$ 2 bilhões que teriam sido recebidos indevidamente por concessionárias de rodovias até 2012. Entre as avaliadas está o Grupo CCR responsável pela SPVias e pela ViaOeste – que mantém a Castello Branco e a Raposo Tavares –, além da Renovias. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo outros cinco casos devem começar a tramitar na justiça nas próximas semanas.
A princípio, com estas três empresas, o governo espera recuperar R$ 900 milhões, sendo R$ 600 milhões da ViaOeste, R$ 50 milhões da SPVias e R$ 250 milhões da Renovias.
A Agência de Transportes de São Paulo (Artesp), responsável pelas investigações, informou que por sigilo judicial e segurança jurídica não comentará os fatos. Disse também que os processos são de conhecimento do Ministério Público e do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
O Grupo CCR, por sua vez, relatou que não tomou conhecimento de nenhuma ação ajuizada pela Artesp sobre os aditivos assinados em 2006. A concessionária ressaltou que existem diversas ações judiciais em andamento sobre o tema e que se manifestará apenas quando todas forem concluídas.
Entenda o caso
Em dezembro de 2006, o então governador de São Paulo, Cláudio Lembo, autorizou alteração nos convênios dessas empresas para reequilibrar contratos e, portanto, aumentar tempo de concessão por até oito anos e quatro meses e incluindo as obras. Com isso, a margem de lucro das empresas, as quais alegavam terem tido altos gastos em tributos e obras, seria aumentada. As concessionárias levariam em conta, também, o prejuízo sofrido em anos anteriores como o adiamento do reajuste no valor dos pedágios em 2003.
Porém, o estudo feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), contratada pela Artesp, revelou que o cálculo foi baseado em estimativas superestimadas.