Um acordo fechado entre sindicalistas, empresários e integrantes do grupo de motoristas que paralisou ônibus nos últimos dois dias na capital prevê o fim dos protestos e a retomada dos trabalhos nesta quinta-feira.
Eles, porém, condicionam a volta a uma reunião com o prefeito Fernando Haddad (PT), o que não havia sido confirmado até a conclusão desta edição. Eles querem que Haddad intervenha para que o sindicato patronal reabra as negociações salariais.
Esses motoristas são dissidentes da direção do sindicato da categoria; dizem-se descontentes com o aumento de 10%.
Todos se reuniram ontem à tarde na delegacia regional do Ministério do Trabalho. Ficou acertado que um grupo se encontraria na prefeitura às 10h de hoje com Haddad. Se isso não ocorrer, eles ameaçam novos protestos.
Em entrevistas mais cedo, o presidente da SPUrbanuss, Francisco Christovam, afirmou que a assembleia dos trabalhadores aceitou a proposta e não haverá mais negociações. Já os dissidentes alegam que não tiveram tempo hábil para comparecer.
Ontem foram fechados 15 dos 29 terminais. Coletivos foram deixados nas ruas, prejudicando cerca de 1 milhão de passageiros (o sistema transporta 5,5 milhões ao dia) e 2.400 dos cerca de 15 mil ônibus municipais pararam.
Em nota o SPUrbanuss (sindicato patronal) afirmou ter obtido na Justiça uma liminar que obriga a manutenção de 75% das linhas.
Assim como anteontem, vários órgãos públicos e empresas liberaram seus funcionários mais cedo. As estações de trens da CPTM e do metrô voltaram a lotar.
Investigações
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual abriram investigações para saber de quem é a responsabilidade pelos atos de motoristas e cobradores. A prefeitura diz que homens armados obrigaram ônibus a parar e que alguns motores foram danificados.
A polícia e o MP vão questionar o sindicato da categoria sobre os atos. Outro inquérito da Promotoria questionará a postura da PM ante as paralisações - inclusive a do dia 12 deste mês.
A PM informou que reforçou o policiamento nos terminais de ônibus. Entretanto, afirmou que não cabe a ela desobstruir as vias interditadas por manifestantes e nem rebocar os ônibus parados.
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